Falta de segurança incomoda moradores da Raposo Tavares

O mesmo acesso que os moradores do bairro Raposo Tavares têm para chegar a outras partes da capital e aos municípios vizinhos é também motivo de preocupação: a estrada que dá nome ao bairro é rota de fuga de criminosos.

A farmacêutica Patrícia Barros dos Santos, de 35 anos, afirma que a geografia do local e as saídas existentes na estrada facilitam a ação dos marginais. Sua vizinha, a produtora cultural Olga Porto da Silva Teixeira, de 47 anos, diz que tem medo da região do Rio Pequeno, que é bem próximo à rodovia.

– Quanto mais perto da Raposo, mais insegura é a situação. Quando tem assalto nas casas da redondeza, após os roubos, os ladrões correm para estrada.

Olga ressalta que os lugares mais seguros da região são os parques, como o Villa Lobos, e espaços culturais e educacionais como o Instituto Butantã e a biblioteca da Cidade Universitária, da USP.





– Tenho uma filha de cinco anos e tenho poucas opções de lugares de lazer para levá-la. Eu acabo levando-a para a Vila Madalena [zona oeste] e Vila Mariana [zona sul de SP].

Área rural

Dona de mercearia Lina Cerella Cipolleta, 60 anos, mora no Jardim Bonfiglioli, na área da Raposo Tavares, há mais de 50 anos. Brasileira naturalizada, ela acompanhou o crescimento da área, que fora uma grande fazenda antes de ser loteada.

– Antes era só chácara, não tinha iluminação, nada. A água era de poço, cada casa tinha o seu. Quando começou a povoar, parecia área rural. Meu pai comprou um dos primeiros loteamentos.

Segundo ela, seu pai era italiano de Montaccioli, perto da cidade de Nápole, e foi sozinho para São Paulo tentar uma vida melhor no início do século passado. Depois de ter se firmado na Pauliceia, ele trouxe a mulher e a filha – a então pequena Lina, de seis anos.

– Meu pai trabalhou na construção da Cidade Universitária, da USP [na década de 1950]. Foi bom porque gerou mais emprego e ajudou a aumentar o povoamento da região.

Fonte: R7





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